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ser Humano

fermanabe

Trecho de um rascunho meu escrito em maio de 2020:

"esses dias, eu estive sentindo uma responsabilidade maior do que o normal por me omitir de várias questões sociais nas mídias. incontáveis injustiças e desigualdades que tornam o sofrimento dos seres vivos tão intenso. por mais que eu acredite que o mundo possa continuar como está enquanto nos limitarmos às diferenças materiais que nossos olhos físicos veem - entendam como cor da pele/roupa/cabelo/tamanho do corpo/com quem cada um se relaciona/posses -, acredito também que já estamos na Nova Era e na integridade do Universo. o famoso 'somos UM'. na real, às vezes falar é bem mais fácil que deixar os pensamentos em coerência com o coração. e disso partem as ações, simples escolhas do dia-a-dia, que impactam sensivelmente nossa vivência em sociedade. então, além de ser a favor da fraternidade e do Bem coletivo, não sinto que posso apenas defender que somos uma raça humana."


Dando continuidade a essa angústia com a garganta entalada, quero abordar um pouco mais sobre os preconceitos raciais que vivenciamos há mais de 300 anos.


Para quem não sabe, minha origem ancestral é asiática. Japonesa. Amarela ocidental.

Então, como eu não tinha segurança para debater sobre assuntos que não sinto propriedade de fala - como o racismo negro -, eu apenas demonstrava meu apoio ao movimento antirracismo seguindo e acompanhando conteúdos nas redes sociais. Compartilhava para pessoas próximas a mim. E dava abertura para expor mais de meus pensamentos sobre o assunto apenas com alguns familiares e poucos amigos. Nunca estive em cima do muro; só não sabia como expressar todo esse incômodo em páginas da internet e em protestos (muito menos os inflamados e passageiros). Também não queria lembrar do assunto somente em datas oficiais ou quando explodisse outra tragédia enfatizada pela mídia.


• Século XXI • novas gerações • acesso mais fácil à informação •

e ainda temos casos violentos de racismo e outros preconceitos?

Infelizmente.

Mesmo que eu saiba que somos feitos da mesma matéria - átomos, células, tecidos, ossos, neurônios, cérebro, coração ... -, o que está por fora, a carcaça, é a marca de cada um sim. Influencia nos nossos gostos, sinônimos de beleza, atração e afinidade.


Já parou para reparar que esses seus gostos podem estar presos num padrão enraizado por uma sociedade do século retrasado?

Que você é mais um fantoche de uma reprodução automática de pensamentos e comportamentos?

Chocante, né?🤯


Se você ainda acha que esses assuntos são "mimimi" e cansativos, basta observar os contrastes absurdos que se destacam ainda hoje. Será apenas coincidência que o grito de várias minorias incomode as estruturas da sociedade estereotipada?

Por mais quanto tempo você se permitirá ficar vendada, numa bolha em que separam as pessoas simplesmente por alguma característica física - a quantidade produzida de melanina, o modo que ela se veste, se porta e com quem se relaciona? Ou também arranjar justificativas para discriminar pela posição político-econômico e social extremada?

Somos muito mais que isso.

Não precisamos defender o que é bom somente para nós e nossos próximos. Podemos defender o que é bom para todos, de verdade. As realidades nesse mundo são múltiplas. E as oportunidades são infinitas e ininterruptas. Talvez uma, duas, quinhentas, mil, várias passaram. Mas, eu tenho certeza de que outras mil, várias irão surgir e estão aparecendo diante de você. Basta estar atento e presente no agora - outro clichê: a gente só vive o hoje.

Final de novembro, me mostraram um vídeo do compositor e produtor musical Wesley Ros. Achei muito interessante que ele ressaltou vários pontos que podemos assumir para mudarmos nossa própria realidade: sair da posição de vitimismo; parar de olhar para o retrovisor e ver só pelo para-brisa; desapegar-se do passado doloroso e olhar para frente, para o horizonte de novas e melhores oportunidades de vida.

Bom, eu sei que você que está lendo esse texto já tem um privilégio enorme de começar a se transformar e trazer mudanças para o mundo. Que bom! Quanto mais pessoas com vontade de viver para esse Bem Maior, mais elevada fica a energia do planeta em que vivemos🌎💙 E eu também sei que há muitos que ainda não possuem acesso a esses conteúdos nem a perspectiva de que são os próprios criadores de sua realidade. Então, eu me despeço para ficar com as minhas reflexões para ver quais ações eu posso tomar quanto a isso. E espero ter contribuído com algo que lhe acrescentou.

Fique bem!

-fermanabe

 

Espera! Aqui tem um vídeo que conseguiu colocar em palavras muitos sentimentos que vivenciei sendo uma brasileira com descendência asiática. Muitas situações parecidas que envolvem o racismo mascarado tão presente no Brasil, sem contar com o fetichismo de ter os olhos puxados 🤮ugh'

Ah! Tem outros temas muitos bons também. Além de informativos, interessantes e bem produzidos, o modo como ele retrata cada um é incrível . Link do canal : (29) Leo Hwan - YouTube

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